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Postado no RLS em 13/08/2011


Entre as tentativas de se fixar no estado alfa de sua mente, entre pensamentos sobressalentes e sua voz interior clamando por sua divindade, eis que surge uma canção de amor. Cada verso desfaz um a um os nós de seu peito e algumas verdades, tão suas quanto Dela, se expressam nas notas sensuais da musica.
Enfim um êxtase involuntário se espalha por todo seu corpo e unhas como garras felinas lhe arranham sutilmente as costas. Um hálito com um leve toque de âmbar acaricia sua orelha em forma de brisa e invade suas narinas lhe deixando dopado. As mãos da sua deusa lha abraçam e ela sussurra uma ou duas runas enquanto faz traçados em seu consorte. E a balada que a percussão reproduz os conduz a uma entrega além da corporal.
Pelas caricias, beijos e declarações o mundo inteiro se desfaz em fogo, gelo e runas. “E para sempre te amarei”. Diz a cantora de voz rouca que traduz o que os olhares entre criatura e criador tentam dizer. A canção vai acabando, o mundo vai se refazendo e o casal se recompondo.
A deusa que nada disse do que iria dizer se vai.
O sacerdote, que estava numa cama de ouro enrolado em lençóis de seda, abriu os olhos diante do seu altar e sorriu, apenas sorriu.


Luan Silva