fim-das-Ferias

Postado no RLS em 31/07/2012


Sabe… Só foi agora que parei pra refletir sobre o que as férias significam. Só foi agora, exatos dois minutos de seu fim, que entendi a importância delas.
É mais que descansar, viajar, dormir tarde, passar mais tempo na internet do que você pode, paquerar e mesmo refletir. É um momento de liberdade tão visceral para nosso íntimo que inconscientemente jogamos todas as coisas para o ar e durante um mês inteiro elas ficam suspensas. As responsabilidades entram na academia e perdem toneladas em três dias; os sonhos se afloram e tomam mais forma que nunca… E por trinta dias você se permite quebrar as correntes de uma rotina que enclausura coisas tão ínfimas que você nem percebe necessitar.
É um momento de trégua numa batalha. O subir a superfície, encher o pulmão de ar puro e límpido, renovar as forças, refazer as estratégias, traçar novos planos e metas, trocar aquela armadura pesada e velha por uma nova, mais resistente e de material menos entorpecente.
Mas agora – minutos atrás, quando a meia noite anunciou o fim da trégua – as coisas suspensas voltam a sentir o poder da gravidade, o tempo reinicia a contagem e já marca novos prazos tão curtos quanto a batida de um coração de um beija-flor, a tropa inimiga está lá de novo pronta pra me derrubar. Tudo, exatamente tudo, está do jeito que eu deixei. A mesma bagunça complicada e caótica que chamo de via. Tudo está do mesmo jeito que eu deixei sem nem olhar pra trás, ou me preocupar como estão indo as coisas. Tudo… Menos eu.
E estou pronto pra morrer de estress de novo. Na verdade… Já nem morro mais por isso. Nem o mundo acaba mais quando as coisas – todas elas – dão errado. Mesmo tendo sido eu o cara que fez a merda… Porque nesses trinta dias, tão esperados por mim, eu consegui fazer algo que poucas pessoas conseguem fazer. Eu me permiti ser livre, confiante, vitorioso e único. E por mais que daqui a uma ou duas semanas eu pense o oposto do que escrevo agora, lá no meu íntimo eu sei que as coisas mudaram porque eu mudei. E não vai ser uma rotina tediosa, ou um trabalho que eu odeio que vão fazer com que isso se reverta.
Daqui a sete horas meu celular vai despertar, vou me arrumar para o trabalho, comer alguma coisa, esquecer do meu almoço e encarar com um sorriso maroto no rosto esta bagunça que chamo de vida…


 

Luan Silva