Sobre o “How Big, How Blue, How Beatiful” de Florence + The Machine:
Welch parece querer seguir uma linda narrativa entre seus álbuns.
Em “Lungs” (2009), sentimos uma harmonia mais etérea. É como se aquele álbum viesse de um plano mais sutil. A harpa, as melodias e letras principais trazem um sentimento lúdico, gracioso, angelical ou élfico. É como se o seu eu-lírico não tivesse presente ainda nesse plano carnal. Ela é uma ninfa.
Cerimonials (2011) trás um eu-lírico ritualístico. Estamos em um plano inferior. Florence se faz de sacerdotisa e invoca seus demônios, seus fantasmas, sua parte nefasta e tenta exorcizá-la… O álbum tem uma atmosfera mais densa. O eu-lírico vaga entre seus medos, passado e culpa.
Agora em “How Big, How Blue, How Beautiful” (2015), somos apresentados a uma Florence mais humana mais palpável. Os símbolos do álbum representam alquimicamente o Ar e a Água. Podem ser considerados como referência aos álbuns anteriores o Ar (triangulo cortado apontando pra cima) seria o Lungs, já a Água (triangulo apontando pra baixo) seria o Cerimonials. Seria a fusão da étéra com a mais densa, céu e inferno, mundo superior com o submundo. Os temas e narrativa de How Big… são divididos em três arcos de 3, 3 e, por fim, 4 músicas respectivamente. As musicas se completam e trazem o que há de mais humano, mais terreno. Traz arquétipos únicos.