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Depois de assistir esse filme, tive uma crise de choro que nunca tive em minha vida inteira. Reuni tantos sentimentos, tantos dramas, tantos sapos, tantos “ei, viado!”, tanta vergonha e orgulho… Reuni toda uma realidade confusa, perturbada, angustiada e sofrida de mim que eu nunca me permiti conhecer.

Dei de cara com um Luan de anos atrás, hoje inconcebível. Ele veio me dizer “Oi… Obrigado por me deixar partir, por se deixar lavar a alma.”
E me senti crescido.

Dei de cara com um possível Luan, de pouco tempo. Ele apenas acenou e disse “Not today, Satan. Not Today”.
E me senti aliviado.

Dei de cara com o Luan “ativista” e fui eu quem falou: “Tão pouco nós fazemos, não é?”. Ele baixou os olhos.
Senti… Um peso nas minhas costas. O compromisso com a minha causa

Dei de cara com o Luan humano, que busca assim como todos os outros, um amor, respeito e dignidade em ser quem ele é.
Aqui estanquei. Ainda assimilando esse lado visceral meu. Ainda superando a catarse

Cada personagem desse filme, até os secundários, tem algo a nos ensinar. Cada ator desse filme tem um mérito inigualável. Cada lágrima que escorreu dos meus olhos causaram um impacto tremendo.

“The Normal Heart” é sem dúvida a obra de Ryan Murphy mais… indescritível até o momento. Retrata o início de uma era para a comunidade gay. Retrata o começo de uma épica luta na medicina. Retrata o lado visceral do homem, retrata realidades que talvez eu não estivesse pronto pra digerir. A muralha que eu ergo para proteger meus sentimentos desabou, e está difícil reergue-la. Pois como já comentei: nunca em minha vida inteira, irei superar este filme