Fui colunista temporário do Jornal O Bruxo. E lá contribui com um assunto introdutório e visão particular do que são runas e de seus mistérios. Vou transcrever os posts aqui todas as sextas para vocês conferirem.

 

Runenmagie

 

Heil! Meu nome é Luan, sou neopagão e membro da Tradição de Bruxaria Wanen no Brasil e em Pernambuco. Vou estar com vocês tratando sobre Magia Rúnica, ou em alemão a Runenmagie (lê-se: “runenmaguí”) e explorando este universo que é completamente vasto e compreende várias formas e técnicas de magia já conhecidas e outras adaptações interessantes para quem vai querer ter com as runas mais que um oráculo ou alfabeto mágicko.

Fiquei pensando em como começar e nada melhor do que entender o que são runas, para começar a utilizar os seus conhecimentos. Para minha surpresa encontrei um paradoxo interessante sobre o que são runas que vai me servir de base para a sua explicação.

Temos três pontos de vistas distintos: as runas históricas, as runas Aesir e as runas Wanen. As duas primeiras são parecidas, quase as mesmas, mas por uma se basear em fatos e outra em mitologia achei melhor dividi-las em campos diferentes. A terceira é um tanto mais complicada, pois depende da crença da minha Tradição nos resquícios da sabedoria passada através da oralidade. Por isso, desde já deixo claro que muito do que eu falar sobre o aspecto Wanen das runas não terá uma bibliografia, ou livro base. Apenas o conhecimento tradicional fruto da oralidade. Para aqueles que necessitem de fatos comprobatórios peço paciência e compreensão.

Vamos explanar então sobre runas!

Para quem não sabe, a Mitologia Nórdica compreende duas famílias divinas distintas, os Aesir (ou Asen) e os Vanir (ou Wanen). Enquanto uma é patriarcal e com uma tônica bélica, a outra é o que se compreende como matriarcal e mais ligada ao aspecto da relação com a natureza, magia, fertilidade e sexualidade.

Dos vários pontos em comum entre os dois clãs, o que mais se destaca em grau de importância e registro são as Runas. As duas divindades principais destes povos (Freyja, ou Mardöll e Odin, ou Wotan) estão intimamente ligadas à elas, fazendo sua cultura também girar em torno destes estranhos e tão individuais símbolos.

Nas suas várias raízes etimológicas, a palavra ‘runa’ tem como significado “sussurro”, “mistério”, “segredo”. Em todas as regiões, países e tribos em que elas estiveram presentes, este aspecto de segredo e sigilo estava intrínseco. Isto sugere que as runas eram parte de uma tradição oral, ou eram chaves para sabedorias que não havia como serem expressas. Estas sabedorias quando reunidas (os “alfabetos” rúnicos) dão ao individuo um pleno conhecimento deste e de outros planos, além de um intenso processo introspectivo e de expansão da consciência. Guia também num código de moral, conduta e ética de maneira natural, quase imperceptível por conta da atuação das energias rúnicas no indivíduo.

Runenmagie1


Vários são os alfabetos rúnicos, comumente chamados de FUTHARK. Isto porque numa comparação dos símbolos rúnicos com os vários outros alfabetos, como o grego, foi feita uma associação e numa classificação bastante recente das runas em três clãs distintos (vou ainda falar mais sobre isso), Futhark seriam as primeiras runas da primeira das três famílias. Como apresentado na imagem.

Os Futhark’s variam de acordo com a região e país onde foram utilizados. Os mais conhecidos são o Elder Futhark (Futhark Antigo) composto por 24 runas, o Novo Futhark, com 18 runas, o Anglo-saxão e o da Northumbria. Há vários outros que chegam a ter até 33 runas. Mas no nosso estudo vamos nos focar no mais utilizado, no mais comum: o Elder Futhark e seus 24 símbolos.